O sound além do branding
Sound Branding é um termo conhecido nos departamentos de marketing das empresas e agências de propaganda espalhadas do mundo. Está muito associado ao som presente em uma vinheta comercial, dando suporte para um material de comunicação. É a identidade sonora de uma marca. Tipo logo, só que em som.
É certo que os departamentos de marketing foram os pioneiros em utilizar esse tipo de recurso para dar unidade às campanhas de marcas, produtos ou serviços. Porém quando procuramos entender as diversas interações com as pessoas fora dos meios de comunicação, percebemos que o som pode continuar presente em outros momentos durante a jornada do usuário. E quando atribuímos o som apenas aos recursos de comunicação, deixamos de lado o contexto de uso das pessoas que utilizam e consomem e nos preocupamos apenas com os arquétipos da marca e os atributos sonoros para ela gerados.
Entender o perfil musical do público, não garante que as pessoas se conectem com a sua marca, produto ou serviço. Precisamos que isso esteja presente no cotidiano do consumidor e sirva como uma ferramenta útil que possa ser acessada em diferentes ocasiões. Como por exemplo a Bia, agente virtual do Bradesco. Ela é a voz da marca presente em uma interface sonora que se conecta com o usuário por meio de diversas plataformas: aplicativo, telefone, computador, etc e ajuda a resolver problemas, além de também estar presente em campanhas publicitárias.
A experiência sonora
É normal utilizar das suas próprias referências para imaginar interações, fazemos isso com frequência, pois na maioria das vezes já vivenciamos ou temos uma ideia de como funciona uma determinada experiência. Porém ao fazer acabamos ignorando a perspectiva do usuário sob suas intenções e adotamos o nosso ponto de vista como padrão.
O que chamo de contexto de uso é o entendimento das relações entre o usuário e as diversas interfaces aplicadas aos momentos e aos fatores de decisão. Quando mapeamos uma jornada sonora, conseguimos identificar todos os pontos de contato com essa interface e com isso podemos desenhar uma nova experiência com os sons. É por isso que eu trouxe o processo de design de serviços e experiências para construir novos produtos na Tumpats. Conseguimos criar uma metodologia para desenvolver o sound branding que vai além de trilhas e assinaturas sonoras. Assim, trabalhamos olhando para o usuário e compondo sons que estejam de acordo com o seu perfil e a sua interação com a marca, produto ou serviço. Nosso primeiro trabalho nesse formato foi para o Grupo Marista e tem um post aqui falando sobre o processo.
O desenho do som propriamente dito, acaba seguindo a mesma lógica, estando com o usuário no centro do desenvolvimento, medindo as interações e validando as hipóteses que nos fizeram chegar ao resultado final. Se você é do meio de startups e é familiarizado com metodologias como design thinking e customer development, deve estar achando normal esse raciocínio. A diferença talvez possa ser a utilização disso com interfaces sonoras em meios não necessariamente digitais. Já para o pessoal da comunicação, o que estou falando pode soar como uma novidade. E é exatamente por isso que mudamos o nosso posicionamento de “Produtora de Áudio” para “Sound Desing Studio”. Como transito entre os meios de comunicação, música, user experience e inovação consegui unir tudo isso aqui.
Mas, isso é assunto para um próximo post. 😉
Até a próxima.